domingo, 9 de janeiro de 2011

Aniversários

Há uma altura do ano em que fico sempre deprimido, escondo-me em casa e rezo para que não me chateiem porque senão ainda espanco alguém: no meu aniversário.

Acho que nunca gostei de fazer anos, nunca! É uma data que, pelo menos desde os 12 anos, me fica atragantada. Dá-me uma comichão do lado de dentro da nuca e uma agressividade que atinge o auge anual. Isso faz com que nunca tenha tido um jantar de anos, nunca! E ainda bem! Isto de apanhar jardas em altura de entregas finais e frequências nem dá com nada, e ainda para mais quando eu odeio celebrar a data...

Vejamos, desde dia 7 que tenho 27 anos, 27! Eu deixei de contar aos 23, mas parece que são 27! E sabem que mais? A pila não cai aos 27, posso pelo menos atestar isso. Mas de resto não estou a ficar mais inteligente, ou ainda mais bonito, ou mais saudável ou mais sábio! Nada disso! Estou a ficar simplesmente velho.

Não, não, não quero dizer que ache que os 27 são uma má idade e que quem tem mais anos devia estar num lar de terceira idade, nada disso! Mas como eu já tenho joelhos meio destruídos e uma saúde meio manhosa, sinto-me incrivelmente perto dum buraco no chão, if you know what I mean... E nestas alturas então dá-me sempre para pensar na morte.

Daqui. =)

Ora bem, a morte. Se há coisa que é inútil é pensar na única coisa que não conseguimos evitar, pois todos caminhamos para lá, mesmo enquanto estamos a divertir-nos. E para isso é que existe a religião. Quando era pequeno lia muitos livros filosóficos, daqueles que hoje em dia considero inúteis, e num deles li que a religião era um instrumento criado pelo Homem para o Homem, por forma a podermos fazer a nossa vida sem pensar na morte, esperançados num afterlife em que um tribunal acusará as pessoas más, e as mandará para o único sítio disponível onde há sexo. E acredito nisso, não na parte do sexo, ou na parte do Inferno, ou sequer no afterlife, mas sim no facto de nós precisarmos enquanto espécie dessa parte da religião, a parte que nos dá esperança que esta limitada lifespan não é tudo aquilo a que temos direito, porque nos achamos mais do que simples animais.

Eu pessoalmente acredito que depois disto não há nada, mas nós não teremos consciência e nem sequer existiremos, pelo que não custará nada morrer, custa o caminho até lá chegar. E se não for como eu penso que é, se tivermos mais vidas para nascer, viver e morrer... não será estúpido fazermos tudo de novo?!


Claro que há situações que me fazem duvidar de tudo isso, experiências estranhas (everyone got one!), mas mesmo assim... é possível enganar os sentidos né?

Enfim, se existir um afterlife eu devo ir para o Inferno porque o Céu parece muito enfadonho...

A morte é o último inimigo a ser vencido,
Kenny.

8 comentários:

Carla disse...

Faço anos daqui as umas semanitas e posso dizer que nunca me fez confusão fazer anos até ao ano passado.

Pela conjugação de uma série de fatores, foi um dia muito triste e ainda não fiz as pazes com a idade que estou prestes a deixar...

Mas isto foi só porque deixei os vintes, pelo menos no BI, na minha cabeça, fiquei permanentemente trancada nos 24.

Kenny disse...

À uns valentes anos dizeram-me que o auge acontece aos 28. Eu estou perigosamente perto e não me sinto sequer perto do meu potencial. :)

E como dizem que os trinta são os novos 20, eu vou supor que queriam dizer que o auge acontece aos 38!

Suponho também que vou deprimir quando estiver para fazer 30 anos, pois nunca julguei chegar a essa idade. lol. Mas espero chegar, senão não termino nenhum dos projectos de vida que tenho! :)

Anônimo disse...

LOL. Oh kenny, esse comentário foi melhor que o post inteiro :-)

Suponho também que vou deprimir quando estiver para fazer 30 anos, pois nunca julguei chegar a essa idade. lol. Mas espero chegar, senão não termino nenhum dos projectos de vida que tenho! :)

Eu não teria dito melhor! (aqui entre nós, eu acordei deprimido quando fiz 19 anos, mas não foi nada que o tempo não tenha arranjado! :D)

Anônimo disse...

A propósito, tu consegues ser pior do que eu no toca a aniversários! E olha que isso... really is something!

Bugs disse...

deixa-me esclarecer uma dúvida, antes que faça asneiras, sendo isso o que pensas sobre o teu aniversário, também não queres receber prendas de aniversário??

Kenny disse...

É algo de útil? lol. Gosto de receber prendas em qualquer altura, mas têm de ser coisas úteis. =x

Bugs disse...

o que chamas de útil é comida?

Kenny disse...

Não me dês nada. Guarda a prenda para um sermão quando cá voltares...