sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dias Normais?

  Hoje é dia de reflexões, dia de tirar férias e pensar no que se passou, no porquê e no como. Não, não penso em nada externo à minha pessoa, já imagino as mentes lúcidas que lêem este blog - ambas as mentes lúcidas que lêem este blog, lol - a congeminar, a imaginar o significado das palavras crípticas com que abri este post.

Não há. Não há duplo significado e não estou a ser irónico. Cheguei mesmo a uma altura em que não sei quase nada, nada de nada, ou talvez saiba apenas uma réstia de nada - à qual me tento agarrar - mas que de nada serve. Saber nem sempre é poder! 

Há algo de obscuro nisto tudo, sim, algo que só tem mesmo a ver comigo. Este texto pode parece desconexo e incoerente - é mesmo! Escrevo o que penso, e quem me conhece sabe que penso com a lucidez de um acidente entre dois comboios de mercadorias.

Racionalmente não sei nada. Nada. Nada! Mas faz sentido. Eu sei! É estranho! Mas faz sentido... como é que não sabendo as premissas, os argumentos, as condições, posso dizer que faz sentido? Porque é algo que simplesmente se sabe, certo?! Bah, talvez não. Talvez seja algo que se sinta, sim, sentir, algo que sabemos instintivamente, como respirar ou comer ou beber.

Ou talvez eu esteja louco, ou talvez esteja perdido e me esteja a tentar encontrar. Pensar nisso faz-me sorrir. Eu posso não saber para onde vou - first time ever! - mas sei onde estou, sei como aqui cheguei e acho que fiz tudo como devia fazer. No regrets, costumava dizer a mim mesmo quando fazia algo perigoso ou inesperado ou irracional. No regrets!

Já ultrapassei o quarto de século de idade, já devia saber mais do que sei, já devia ter objectivos fixos para mim e já devia ter um vasto conhecimento sobre as mais variadas áreas. Já devia ser mais do que sou. Mas não há arrependimento, não pode haver. Tudo o que fiz até hoje, todas as atitudes irreflectidas, todas as parvoíces crónicas, todas as acções irracionais, todas as perdas de tempo, todos os momentos insanos... tudo me trouxe ao aqui e agora.

Aqui e agora escrevo no meu blog, sem saber bem o que estou a escrever mas sabendo, de antemão, que para além de erros gramaticais graves terei erros morfológicos gravíssimos, e que o senso comum não entenderá metade do que escrevo.

Aqui e agora estou no caminho que eu escolhi, quando era empurrado para caminhos que não desejava. Porque há sempre mais opções do que aquelas que a vista contempla, há sempre outro caminho...

Aqui e agora estou feliz, radiante, exultante e sinto que estou perto do nirvana, do paraíso, de me sentir livre. Não sei o futuro, não sei o que lá vem e, em vez de me assustar, alegra-me. Durmo melhor à noite e acordo confiante, sabendo o que evitei e imaginando as possibilidades ilimitadas que se apresentam perante mim.

Aqui e agora sou normal.

Aqui e agora sou feliz.


Living a perfectly normal day,
Kenny.

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