Deixei de postar aqui há algum tempo porque faleceu um colega de curso com o qual partilhei centenas de horas de vida, fosse a estudar (sejamos honestos, foi mais a fazer trabalhos que estudar), fosse no bar ou na biblioteca ou numa qualquer esplanada na galhofa.
O Simão era uma pessoa que estava sempre com um sorriso. Sempre bem disposto.
Não falávamos desde que vim trabalhar para Lisboa, há mais de um ano... Imagino como seria hoje a conversa. Ele perguntava-me pela namorada perfeita que já não tenho, eu perguntava-lhe pela M. e pela terreola. Ele ia provavelmente fazer uma piada e rir-se. Ele estava como eu, à beira de terminar o curso mas sempre com algo por fazer, uma barreira invisível que se interpõe entre nós e os nossos objectivos, como acontece com tantos...
Ele era um dos 6 contactos que tenho no Google. Morreu a jogar à bola que, sendo a minha forma predilecta de ir, certamente não era a dele.
Não acredito que se extingue assim a vida dele. E é nestas alturas que gostava de acreditar que existe um paraíso, um céu, um segundo capítulo nesta vida. Sei que não, depois disto é o vazio, o sono eterno, o fim. Mas gostava de acreditar que vamos voltar a encontrar as pessoas que perdemos, gostava mesmo de acreditar nisso...
Já me apercebi há longos anos que a vida não é justa, mas isto é ridículo,
Kenny.
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